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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Foram dois dias

DOIS DIAS DE CALOR.

Em muitos meses.

DOIS DIAS.

Daí a temperatura caiu de novo.

Eu não usei casaco por dois dias, e só por isso foram os melhores dias do ano. Durante esses dois dias, eu amei a Inglaterra.

Sim, o desespero chegou a esse nível.

Quer saber uma coisa engraçada? Nesses dois dias a temperatura máxima foi 20ºC, mas olhando você pensaria que era 35º pelo jeito que as pessoas estavam agindo. Todo mundo tomando sol em qualquer canto com grama, usando roupas minúsculas (aliás, alguém precisa falar para esses ingleses que shorts acima do meio da coxa em homem NÃO É ATRAENTE), e o número de pessoas parecendo pimentões de tão queimadas foi alarmante.

Algumas meninas até chegaram a passar bronzeador instantâneo e meu jesus, que coisa horrível.

Foi basicamente isso de interessante que aconteceu no ultimo mês. As pessoas acham que morar no exterior é super emocionante, mas quando você segue uma rotina é a mesma coisa no mundo todo. E eu preciso estudar, então...não.

Uma coisa triste: Em um mês e meio irei me despedir de Chichester. Na verdade, triste é eufemismo. Toda vez que penso nisso dá um aperto no peito. Não é que eu não sinto falta do Brasil, sinto sim, mas eu sei que o que eu estou vivendo aqui nunca vai se repetir. Não vou mais fazer o caminho até a estação de trem, até a escola, não vou mais na aula de inglês, não vou mais passear no centro de Chi, não vou mais ouvir minha host family discutindo no andar de baixo.... Muitas pessoas eu não vou ver nunca mais na vida.

Creio que é assim que as pessoa se sentem quando se formam no Ensino Médio. Só que de um certo jeito acho que é pior, porque eu vou estar do outro lado do oceano.

ARGH, que horror. Vamos mudar de assunto.

....


Quando a sua partida está próxima é difícil pensar em outra coisa.


Eu li um livro muito bom sobre a Revolução Francesa. Chama Revolution, da Jennifer Donnelly. Para quem tem paciência pra ler em inglês.

Essa é a  minha vida, gente. Pensar no fim do intercâmbio e ler livros. Bacana né.




quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu fui pra Praga


Então. Como vocês podem ter percebido, as pessoas aqui na Inglaterra não gostam muito de trabalhar ou estudar. Eu tive férias.

De novo.
Não que eu esteja reclamando.
Dessa vez eu fui para Praga com 3 outros brasileiros.


Praga: Capital da Republica Tcheca, que por sinal é independente da Tchecoslováquia desde 1993. População de 1.200.000



,
A cidade é charmosíssima, e por sorte o inglês dos tchecos é razoável, o que foi uma surpresa agradável. Estava preparada para fazer altas mímicas.


Nós passamos 6 dias lá, e foi mais que suficiente. A cidade é um ovo. Mas também, olha o tamanho do país. É menor que a cidade de São Paulo. 

A cidade é conhecida pela sua arquitetura diversificada e por ter um charme meio místico. É cheia de turista. Incluindo brasileiro, é claro. Daqui a pouco seremos piores que chinês, em tudo que é lugar.

As pessoas andam bastante de bonde elétrico, e eu sinceramente não sei como mais acidentes não acontecem. É gente atravessando a rua em todo lugar, correndo para não ter que esperar o bonde passar, e até tem lugares em que carro e bonde andam no mesmo lugar. 
 Dá pra ver o perigo?

Assim como em muitos lugares da Europa, em Praga eles confiam que todos aqueles que sobem no bonde, metro e onibus têm um ticket já comprado na rua. Sendo assim, não há nenhum tipo de catraca."As pessoas realmente compram o ticket?", você deve estar se perguntando. A resposta é que, na maioria do tempo, compram sim. Porque de vez em quando aparece um funcionário do transporte publico checando as cabines para ver se é todo mundo honesto. Quem não for, paga uma multa salgada. 

A cidade é cheia de construções antigas e charmosas. Você vai andando na rua e pensa "Jesus, que lugar velho", como na maioria das cidades europeias.

A Republica Tcheca tem preços ótimos comparados a, digamos, Inglaterra. Recomendo. 

Vou parar com esse papo de guia de viagens. Agora é só foto com legenda de alguns lugares bacaninhas que fomos:


O centro antigo da cidade, o que na minha opinião é o ponto turístico mais legal, cheio de barraquinhas de souvenires e lugares interessantes em volta.

O Relógio Astronômico, construído em mil quatrocentos e bolinha. A cada hora  sai daquelas janelinhas azuis de cima  uma procissão de apóstolos, e tem uma musiquinha divertida, que acaba com um barulho de pum.
Isso aí é como fazem um pão doce tradicional tcheco, cujo nome  eu não lembro. Mas é bom.


O QUÃO LEGAL É ISSO? A cidade inteira é espalhada com esses negócios,  então quando algum cachorro faz cocô sempre tem um saquinho por perto.

Praga também é famosa pelos...esqueci o nomes desses troços. Mas dá pra ver.

Essa é a Charles Bridge, a ponte mais legal da Republica Tcheca. Titulo dado por mim. Ela é cheia de estátuas, dos lados, e cheia de artistas expondo seu trabalho, seja ele caricatura, aquarela, joalheria, ceramica, ou  música.


Isso é a  Igreja de São Pedro e São Paulo, na entrada de um cemitério que  onde está enterrada um monte de gente famosa, tipo o Dvorak.


Museu Nacional, onde a gente assistiu um mini-concerto legal.

Praça Charles.

A Catedral de São Vito, que é no coração do castelo de Praga. Demorou uns 700 anos para terminar a construção, sem brincadeira.

Vide legenda acima.


A Golden Lane, que fica na ala esquerda do castelo (que creio que está mais para citadel). O Franz Kafka, autor de A Metamorfose e tcheco, morou por um tempo na casa da irmã dele, aquela azul. 
A Dancing House,  cujo design é do arquiteto Frank Gehry junto com um tcheco chamado Vlado Milunić

Nós, lindos e glamourosos na John Lennon Wall, que tem esse nome porque na década de 80 começaram a enche-la com desenhos do John Lennon e citações de suas músicas, irritando o governo comunista da época.
 


Creio que seja isso. No geral, achei Praga uma das cidades mais fofinhas que já fui, que consegue balancear a modernidade de uma capital com o charme boêmio.


Mudando de assunto completamente, A TEMPERATURA ESTÁ AUMENTANDO. Consigo sair de casa com um casaco só agora. E outro dia me pesei e vi que ganhei 6 quilos desde que cheguei, o que não é nem um pouco bacana. E olha que a comida é ruim, imagina se fosse boa.

A nova estudante da Alemanha chegou sábado passado, e ela é um amor.

Até.


terça-feira, 2 de abril de 2013

Cadê a primavera

Oi!

Então. Eu estou de férias de novo. HA. Isso acontece bastante. É tão bom!
Dessa vez são férias de Páscoa, de 2 semanas. Dia 15 começam as aulas de novo.

Infelizmente isso significa que estou entrando no meu ultimo termo na Inglaterra. É o começo do fim. Mas eu tento não pensar nisso.

Outra coisa triste é que muita gente foi embora. Gente = alunos internacionais. Uma grande parte veio só para ficar 6 meses, então sexta feira tivemos que dar adeus pra bastante gente...triste. Se despedir é tão horrível.

Mas vamos falar de coisa boa, vamos falar de Texpix da Páscoa. Eu fiquei surpresa porque ganhei uma quantidade considerável de chocolate da minha host family. Nós fomos para a casa da host vó almoçar no domingo, e além de ganhar um ovo de páscoa da minha host mom e outro da host vó, ainda teve uma caça aos ovos para os jovens. Jovens = eu sendo a mais nova, e a mais velha de 22 anos. Pois é. Então depois dos adultos terem escondido centenas de chocolatezinhos de diferentes tipos no jardim; eu, minhas 2 host sisters, meu host brother e uma menina X amiga da host sister mais nova fomos tentar achar o maior numero possível de ovos naquele frio doloroso.
Fiquei em segundo lugar, com 34 chocolates. É chocolate pro resto da vida.


Aliás, antes disso, dia 22, eu fui pra Roma! Uma excursão escolar, nada menos. Quem me dera o Sabin fizesse umas dessas, hein?

Fui com a minha sala de Classical Civilisation. Foram apenas 2 noites, mas valeu a pena. Passamos em todos os pontos principais: Coliseu, Basílica de S. Pedro, Vaticano, Fonte de Trevi, Piazza Navona, Piazza di Spagna, o Fórum e o Panteão.

Comemos muito sorvete e macarrão.

TINHA SOL e isso foi o melhor de tudo. A temperatura estava entre 15 e 20 graus. Nem precisava usar casaco. Quase chorei de emoção.


Eu não tinha voz nenhuma, graças à um resfriado que peguei por causa do maldito frio na Inglaterra. Mas mesmo assim....foi lindo.




 Pantheon.







Piazza di Spagna









Me senti a Princess Anne.














Fontana di Trevi













Me senti a Lizzie McGuire. Até joguei a moedinha mas o meu italiano não chegou #bolada





Amanhã eu, a Marcela, a Marina e o Gabriel, todos brasileiros, vamos pra Praga, na Republica Tcheca. Uhuuu. Eu sinceramente espero que as pessoas falem inglês, porque pronunciar o nome das coisas em tcheco é impossível.

Domingo dia 14 chega aqui outra intercambista. Uma alemã, de novo, que vai ficar até junho. Eeeeee, terei alguém para conversar. Porque não, não converso com as minhas host sisters. Só para, tipo, pedir o pão ou algo assim, o que não conta.

Como a minha host mom diz,

See you later, alligator!

Julia
segunda-feira, 11 de março de 2013

Na neve, na chuva, em Chichester

Estou extremamente frustrada. Você pensaria que, em março, a temperatura estaria gradualmente crescendo, certo? Afinal, a primavera começa em...11 dias? Nove? Mas não. Hoje nevou. NEVOU. E nem foi uma neve que preste. Foi aquela neve fininha que toca em qualquer coisa e derrete. E mesmo assim é neve suficiente pra fazer o pais parar. Sério. Todos os trens atrasaram por causa desse tiquinho de neve. É muito irritante. E não atrasaram 5 ou 10 minutos. Atrasaram uma hora, uma hora e meia. Mas eu dou um desconto dessa vez porque tinha outro fator pro atraso: alguém se jogou nos trilhos. É bem assim que eles anunciam. Primeiro veio um cara falar que houve uma fatalidade, aí a voz robótica que anuncia os trens justificou o atraso com "a person hit by a train". O triste é que essa nem é a primeira vez que eu atraso por causa disso. A minha sorte é que meu host dad estava vindo para Chichester, e ele me deu uma carona. Amém.

Essa é a vista da minha janela:










Eu adoro neve, mas é irritante quando tudo atrasa por causa DISSO. E está ventandando MUITO, um vento gelado mesmo,  então essa neve nem tá tão agradável. Da ultima vez era melhor. Bem melhor.


Eu meio que não tenho um assunto só dessa vez, então vou só fazer uns comentários e observações aleatórias.
 
  • Eu comprei um violão. Não tenho a mínima ideia de como vou voltar com ele pro Brasil, já tenho umas 3947239 malas lotadas....mas comprei. E meus dedos estão doloridos porque as cordas (?) são de aço. (Eu sei que você falou nylon, pai.) Mas eu sou durona. 
  • Uma coisa muito legal daqui é que tem vida animal. Por exemplo, eu moro perto de uma fazenda de porcos e de um haras que não sei se é um haras, porque eu só vejo uns cavalos pastando, nenhum tipo de construção, aí no caminho pra escola, no trem, eu sempre vejo uns veados pastando num dos milhares de campos de plantação que tem por aqui, e perto da escola sempre tem esquilos.
  • Falando em plantações, um dos sinais que a primaveira tá chegando é que estão começando a preparar a terra pra plantar. Eu acho isso incrível porque sou de São Paulo, portanto não vejo essas coisas. Mas é. E as plantas também começaram a nascer! Muitas ainda não, por causa desse maltido tempo que custa em esquentar.
  • Uma dica pra você que quer vir pro Reino Unido: quase tudo é mais barato pra menor de 16. Ou seja, se você tem 15 ou menos, vai comprar muita coisa por metade do preço. Muita coisa = tickets. bilhete de trem, museu, igreja, etc é tudo pela metade. Uma coisa interessante é que eles não checam nenhum tipo de identidade na hora da compra. Eles confiam na sua palavra, os pobres inocentes. Então é claro que eu sempre compro os bilhetes de criança, porque olha a minha cara, gente. Ninguém discute se eu digo que tenho 15.
  • Sabe o que é muito legal? O que passa na rádio aqui. Nas rádios mais comuns, que todo mundo ouve, tipo BBC, toca músicas muito legais. The Kooks, The Killers, The Beatles, Mumford and Sons, Of Monsters and Men, The Lumineers, Arctic Monkeys, toda tudo na rádio! Não é incrível? E nem é só isso, tem uma rádio aqui que por algumas horas no fim de semana só toda música de musical. Hohohohoho.
  • Aqui as pessoas fazem cigarro. No trem, na escola, na rua, em qualquer lugar. Aparentemente, é bem mais barato que cigarro comprado, então a maioria simplesmente carrega os papeizinhos e o tabaco nas mochilas e bolsas, e quando quiserem, colocam um pouquinho de tabaco no papel, colocam um filtro na ponta, dão uma lambidinha pra fechar e pronto.
  • É ilegal menores de 18 comprarem cigarros, mas só é ilegal fumar pra menores de 16. Faz o maior sentido, não é mesmo? Alguém me falou que essa lei pra comprar com 18 é relativamente nova, então sei lá, talvez estejam querendo ir devagar com a ilegalização.
  • Quando eu cheguei, achava engraçado como a maioria dos ingleses eram obcecados pelo tempo. Agora eu sou uma das obcecadas. Dou uma checada na previsão todo santo dia. É muito imprevisível. Segunda passada estava 10 graus e eu quase chorei de felicidade, uma semana depois tá -1. Urgh. E é claro, tenho que ver se preciso sair de casaco a prova d'agua de manhã. É triste. Não aguento mais esse frio e chuva.
  • Sabiam que Ai Se Eu Te  Pego é um hit na Holanda? Todos os holandeses sabem cantar.


Acho que é só. Vou fazer um post sobre os lugares que eu já fui por aqui, e um outro sobre a minha host family, porque sinto que não falei quase nada deles. Hmmm.

Cheers,

Julia
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Eu estou na Irlanda



Oi.




A Irlanda é legal. Todo mundo diz que o clima é ainda pior que na Grã Bretanha, mas até agora tá fazendo sol. Só porque eu falei isso vai piorar, quer ver. Aliás, eu to com a minha mãe e a gente chegou dia 15, sexta, a noite. É half term na minha escola em Chichester, ou seja, tenho uma semana de férias, portanto cá estou. Na Irlanda.

Acho que tem gente que não sabe que a Irlanda é dividida em duas. Tem a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, e a Republica da Irlanda, que se tornou independente em 1921. A do Norte é protestante, e a república é católica. Quer dizer, mais ou menos. Mais tarde eu volto a falar disso.

Então eu quero falar sobre o que eu fiz nesses quatro dias em que estive aqui. Preciso escrever hoje mesmo se não eu esqueço, e não quero esquercer nada disso. 

Antes de mais nada, gostaria de dizer que não me acho nenhuma especialista em nada que eu falar a seguir, estou meramente repetindo o que me foi dito, portanto...é. Se quiser acrescentar ou corrigir alguma coisa que eu diga, sinta-se a vontade. Tenho certeza que vou falar alguma coisa errada, porque esse lugar é confuso demais.

ENTÃO, sobre a Republica da  Irlanda. Dublin em particular. Todas as placas estão em inglês e em gaélico irlandês, que aparenta ser uma língua dificílima que a maioria das pessoas nem fala direito. A moeda é euro.

O farol de pedestre tem sinal amarelo. Assim: verde (pode andar), amarelo (corre que tá fechando) e vermelho (não passe). Achei super divertido.

O sotaque é bem peculiar. Na minha opinião, é uma mistura de americano com escocês, mas tem umas coisas particulares (tipo, eles colocam o som "shh" em quase tudo). O da Irlanda do Norte é simplesmente incompreensível.

Quando estavamos no aeroporto, esperando o onibus que vai pra cidade, umas meninas irlandesas viram uma limusine passando e berraram: 

"OH MY GOD IS THAT JUSTIN BIEBER?" 

Daí sairam correndo atrás da limusine. Uma americana que tava ali do lado disse:

"Oh yeah, certainly guys. That's him" 

Então eu fui pesquisar o tour do Justin Bieber pra ver se ele realmente estava vindo para cá, porque estava preocupada com o nível de estupidez daquelas meninas, como se qualquer limusine na rua fosse ter o Justin Bieber dentro. Mas não. Ele fez um show  aqui em Dublin dia 17. Não acredito que perdi. Que pena.

Então, vejamos os lugares que já fomos aqui em Dublin:

Trinity College, fundado pela querida Rainha Elizabeth I e um dos mais prestigiados da Europa.

Templebar, um bairro onde você vai party hard.

O'Donoghue Pub, que é um pub super famoso onde tem música tradicional irlandesa toda noite, e onde a banda The Dubliners começou tocando. Ele é uma gracinha.  











Dublin Castle, que é a maior desculpa pra um castelo que eu já vi. Sério. Que vergonha.

St Stephens' Green, que é um parque bacana.

Grafton Street, que é uma rua legal cheia de loja e artista de rua.

Merrion Square, que tem um parque no meio com uma estátua do Oscar Wilde, porque ele morou ali do lado.

Dublinia, que é um museu divertido sobre a era Viking e a Idade Medieval na Irlanda. Tem um viking fazendo cocô:


Christ Church Cathedral, onde foram filmadas umas cenas de The Tudors e onde há um café na cripta.

E mais uns lugarezinhos não tão interessantes. Tipo o lugar onde os vikings ficaram quando chegaram aqui na ilha. Parece legal, mas na verdade não tem nada pra ver. Só grama. 

Dia 17 foi divertido, porque fomos fazer um tour de ônibus que saiu de Dublin às 6h30 da manhã, o que não foi legal, e ia até o extremo norte da Irlanda do Norte, o ponto principal sendo o Giant's Causeway (Calçada do Gigante), o único patrimônio da humanidade pela UNESCO nas Irlandas. 

O passeio todo na verdade foi na Irlanda do Norte. O único sinal de que a gente atravessou a fronteira foi uma câmera que tinha do lado da estrada. Na volta até teve um pedágio, mas na ida não. Ah, e apareceram bandeiras da Union Jack (vide bandeira do Reino Unido).

Aliás, uma coisa interessante é que, dependendo da cidade, aparecem bandeiras da Irlanda ou do Reino Unido, mostrando o que as pessoas apoiam naquele lugar; se elas estão contentes em ser parte do Reino Unido ou se querem se juntar à Republica da Irlanda.

Antes de chegar no Causeway, nós paramos num lugar chamado Carrick a Rede, que é basicamente uma ponte meio precária feita de corda que liga o litoral à uma ilhota onde costumavam pescar salmão. A graça do lugar é andar na ponte e achar que ela vai virar com a força do vento e você vai cair e morrer.

Quando chegamos no Giant's Causeway eu estava morrendo, porque é no litoral então o caminho é cheio de curvas que me deixaram enjoada. O lugar tem esse nome por causa de uma lenda irlandesa que criaram pra explicar a pecular forma das pedras, antes da ciência.
 
A lenda conta que a "calçada" surgiu das discussões de dois gigantes, um irlandes e um escocês, que trocavam insultos berrando através do canal (tem só uns 20 quilometros). O gigante irlandes, Finn MacCool, ficou tão bravo com o escocês um dia, que resolveu criar uma passagem para chegar até a Escócia e poder brigar com ele como o macho que era. Então ele criou a calçada. Mas quando chegou do outro lado, viu que o outro gigante era o dobro do tamanho dele, aí pensou "Hmmmm, acho que não." e voltou correndo. Mas ele não teve muita sorte, porque o escocês, quando viu a passagem, começou a atravessar. Finn entrou em pânico, porque ele sabia que não ia conseguir ganhar numa briga, mas ele tinha uma esposa esperta. O casal tinha acabado de ter um filho, e ela rapidamente o escondeu e falou para o Finn colocar uma frauda e fazer barulhos de "gugu dada" e entrar no berço do filho, o que ele fez. Quando o escocês chegou, a esposa do Finn falou: "Ah, o Finn já vem, entre aqui e vamos tomar um chá". Quando ele entrou e viu o berço ficou espantado,e perguntou quem era. Ela respondeu "É o nosso filho." O gigante viu aquele bebe enorme, sorrindo beatificamente e fazendo barulhos de "gugu dada", com as pernas e os braços balançando fora do berço, e pensou: "Vish, se o filho é desse tamanho, imagina o pai." Então ele voltou com tanta pressa pra Escócia, que destruiu toda a calçada.

Diga se não faz o maior sentido?

A explicação cientifica não é interessante, então eu não absorvi. Perdão. 

Depois de passar uma horinha brincando nessas pedras divertidas, começamos a jornada de volta, passando as ruínas do que é considerado o castelo mais romântico da Irlanda, o Dunluice Castle, que era do clã McDonnell até que um belo dia no século XVII a cozinha, alguns servos e o jantar despencaram no mar e eles concluíram que não era uma boa ideia morar num castelo num penhasco afinal de contas.
Não fui eu que tirei essa foto.

Paramos em Belfast, a infame capital da Irlanda do Norte. Sabia que foi lá que construiram o Titanic? A pouco tempo abriram um museu sobre ele:

Não fui eu que tirei essa foto.

Em Belfast, tínhamos a opção de dar um rolê na cidade ou fazer um rápido tour de taxi para ver a parte oeste da cidade, que foi mais ou menos a parte central durante o conflito conhecido como The Troubles que tiveram lá por décadas. Pra quem não sabe, e eu não os culpo porque eu mesma não sabia, do fim da décade de 60 até o fim da década de 90,  Belfast era repleta de terroristas, polícia e helicópteros.

Eu não sei o que exatamente foi o estopim dessa guerra, mas creio que basicamente era o seguinte: os católicos não estavam satisfeitos em morar num país protestante, seguindo regras e obedecendo protestantes que faziam tudo para favorecer os outros protestantes. Eles queriam se juntar à Republica da Irlanda, mas os protestantes obviamente queriam continuar a ser parte do Reino Unido. Eu digo “queriam” mas creio que ainda querem. Um tratado de paz foi assinado em 1998, mas eu não tenho certeza do que ele dizia. Alguém?

Sabe quando eu disse que dependendo da cidade, bandeiras da Irlanda e do Reino Unido são içadas? Pois bem, em Belfast depende do bairro. Na parte oeste foi construído um muro chamado de Muro da Paz, num bairro residencial onde moravam católicos de um lado e protestantes do outro, para que eles parassem de jogar granadas, bombas e derivados uns aos outros. Dá para ver na imagem abaixo que tiverem que adicionar partes ao muro original, porque aparentemente as pessoas conseguiam jogar coisas mais alto do que eles esperavam.
Aliás, dava pra escrever num pedaço do muro. 


Você deve estar se perguntando o que eu escrevi. Pois bem, eu contribuí com a minha sabedoria, para iluminar o caminho de todos que se sentissem tocados pela aquela tragédia. Preparem-se.

Agora guerras nunca mais acontecerão. De nada.

Não consegui entender quase nada que o taxista/guia falava porque ele tinha o sotaque mais impossível do planeta, mas deu pra captar que cada lado, quando um acordo foi feito que acabou com o conflito, pintou, desenhou, esculpiu, colou, enfim, fizeram memoriais de seus respectivos heróis. No lado protestante a parede lateral de várias casas são pintadas, e cada uma delas tem uma história. Uma delas mostra um homem que uma vez, como presente de aniversário para um amigo dele, assassinou uma católica que trabalhava numa farmácia. Aliás, aqueles que eram "executadores" usavam uma corrente de ouro no pescoço. Status.

Aqui tem uma das paredes do bairro protestante:

E uma do lado católico:

O lado católico é ligeiramente mais arrumado, e tem um pequeno memorial com as pessoas que morreram. Também tem várias paredes com pinturas.


Por enquanto é só, senhoras e senhores.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O dia em que eu conheci os Vlogbrothers

Se você não tem a menor ideia de quem são os Vlogbrothers, sugiro que assista algum video deles tipo esse http://www.youtube.com/watch?v=fHMPtYvZ8tM ou/e esse http://www.youtube.com/watch?v=n1Zvv5YBjLw

ENTÃO.

- Se quiser pular a breve história sobre como eu fiquei sabendo desse evento, é só começar a ler depois das três linhas em Caps Lock que tem ali em baixo- 

Um belo dia - para ser mais exata, dia 3 de janeiro- eu estava no computador, num pequeno albergue em Fort William, na Escócia, quando eu vejo esse post de uma companheira intercambista aqui em Chi:

Instantaneamente meu coração começou a bater mais rápido, e eu inciei uma frenética procura por esse evento sobre o qual eu não sabia, porque não fico stalkeando o John e o Hank, e, se eles mencionaram esse evento em algum video, não assisti. Graças ao pai Google, achei o evento e fui imediatamente procurar minha mãe no Facebook para implorar que ela comprasse um ingresso pra mim.

Descobri que o John Green ia fazer um tour do livro mais novo dele, o The Fault in Our Stars, no Reino Unido, e que o irmão dele, o Hank Green, ia junto. Entrei na página do evento de Londres, que era o mais perto,e  fui lá comprar o ingresso, toda feliz.

ENTRETANTO, quando cliquei no mapa de lugares disponíveis, estava tudo cinza, OU SEJA, lotado. Toda a minha animação foi pro bréu. Fui lá chorar pra Gabriele e ela me disse que quando foi comprar também tava lotado, mas de tanto dar F5 na página um assento vago apareceu e ela comprou (não foi bem assim, mas dá pra entender). Depois de uns 15 minutos e uns 500 F5s, ACONTECEU. Apareceram cadeirinhas azuis (ou verdes. Ou amarelas. Sei lá. Não é importante.). Novamente, meu coração disparou e eu fui desesperada falar com a minha mãe.

DAÍ TUDO DEU CERTO, EU COMPREI O INGRESSO E FIQUEI MUITO FELIZ E GRITEI E TODO MUNDO QUE TAVA NA SALA DE ESTAR DO ALBERGUE ENCAROU, UM CARA RIU DA MINHA CARA E EU ABRACEI A BRUNA.

Mas enfim. O evento foi esse domingo,e esse post é só sobre ele. Porque foi incrível e eu não quero esquecer. Felizmente para os meus dedos e sua preguiça de ler, eu fiz minhas amigas me filmarem explicando tudo que aconteceu no evento logo quando eu as encontrei depois, porque tudo ainda estava fresco na minha mente.

Fiz dois videos, na verdade, o primeiro falando brevemente sobre o evento e focando mais na sessão de autógrafos, e o segundo explicando um pouco melhor do que aconteceu no evento em si.

Um aviso sobre o video: Eu estou bem feliz e incoerente no começo.

O primeiro é esse. http://www.youtube.com/watch?v=6OLvX3hMCiU

Aliás, o motivo pelo qual eu tive que mentir é que nós precisávamos pegar o trem às 21:17, que era o último que passava lá em Chichester e na minha estação (Nutbourne).
E outra coisa, The Proclaimers é uma banda de gêmeos idênticos escoceses, e a música que eles tocaram é essa http://www.youtube.com/watch?v=tbNlMtqrYS0

O segundo é esse. http://www.youtube.com/watch?v=euan1ipfNK0&feature=youtu.be

FOTOS: